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CLUBE DE TIRO, O GOLPE

Em SC, armamentistas aplicam calote de 12 milhões


Em Julho de 2023, após recebimento de denúncia, o Instituto Movimento Santa Catarina protocolou junto ao Conselho Tutelar de Camboriú-SC, Pedido de Averiguação e tomada de providências à respeito do CCT Clube de Tiro de Tijucas e Camboriú por incentivar a presença de crianças em suas dependências, local de prática de tiro e exposição de armamentos.

Leia aqui o documento entregue ao Conselho Tutelar.

Se somos contrários ao fomento de armas e clubes de tiro, julgamos inaceitável a presença de crianças nesses locais, além de confrontar gravemente o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente.

Esta semana tomamos conhecimento do golpe que o CCT Clube de Tiro aplicou em seus clientes, alcançando o montante de 12 milhões de Reais, segundo matéria publicada em 29/01.

O suposto esquema criminoso teria sido arquitetado pelos proprietários, Emanuel Claudino e Adriana Fronza que, aproveitando os decretos de liberação de armas promovido pelo governo Jair Bolsonaro (2019-2022), atraiu milhares de simpatizantes do armamentismo para desviar recursos da empresa.



Emanuel Claudino e Adriana Fronza no CCT com Eduardo Bolsonaro


Aliás, uma denúncia do Portal DCM já apontava para o indício de fraude ao fazer uso da legislação OSC para obter isenção de impostos. OSC significa Organização da Sociedade Civil, ou ONG.


Imagem: Reprodução DCM (RFB)

Uma empresa que comercializa armas e equipamentos, além de bonés e camisetas, e anunciam em sites como o TripAdvisor, não pode ser considerada, propriamente, uma Organização sem fins lucrativos, de acordo à legislação brasileira.

Sua publicidade é bastante clara quanto a seus objetivos:

“Com o propósito de inovar no ramo de clube de tiro e loja de armas, com o objetivo de desmitificar as armas de fogo, buscaram trazer o esporte do tiro ao alvo mais próximo do público em geral, abrangendo toda a família montando uma estrutura pensando em todos: dos mais novos aos mais experientes, com uma brinquedoteca, espaço gourmet, loja de armas de fogo.”




Imagens da empresa (reprodução Redes Sociais)

O esquema da fraude era bastante complexo. Todo atirador, de acordo à legislação, deveria estar filiado a um Clube de Tiro. Neste momento, o possível cliente CCT era atraído por “pacotões especiais” com mega descontos para quem assinasse contrato de filiação de 10 anos e super descontos para pagamento à vista.

Em seguida, ofereciam armas – espingardas, revólveres, pistolas, munições e assessórios – parcelados em 10 vezes sem juros! Para um amante das armas, filiado ao Clube de Tiro, a vantagem parece irresistível.

A maioria das armas vendidas nunca foram entregues. Em dado momento, o casal de proprietários desapareceu. Boatos apontam para a fuga deles para Portugal. O golpe parece ter sido planejado meticulosamente, pois até funcionários e fornecedores tiveram prejuízos.

Foi aberto inquérito policial para apurar as dezenas de denúncias. Armas foram apreendidas na sede do CCT , em Camboriú.

O Instituto Movimento Humaniza Santa Catarina procurou os sócios para obter sua versão, mas não foram encontrados.

Ajude o Instituto Movimento Humaniza Santa Catarina a combater o ódio, a violência e a intolerância de quem promove o uso de armas de fogo.

Contribua com qualquer valor. 𝗣𝗜𝗫 – 𝗖𝗡𝗣𝗝 – 𝟱𝟮.𝟭𝟴𝟬.𝟮𝟰𝟯/𝟬𝟬𝟬𝟭-𝟱𝟮

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