A bala não erra o negro
20 de Novembro – Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra
Vejo uns pretinho igual eu
Que já seguro um b.o que não é seu
Por causa da maldita vida
Maldita polícia que se corrompeu
Por causa da política de escassez e extermínio
Que o Estado me deu
Das pistolas antes das escolas
Dizem que essa vida nois que escolheu
É pouca encomenda de quadro
Pra muito enquadro levado
Muita chacina do Estado, fi
Preste atenção!
Saudade do amigo-irmão que morreu em vão
Até tentou sonhar mas tiraram seu chão
Já tentei de tudo, eles me querem morto
Mudei minha postura, eles me querem morto
Não é questão de tempo, eles me querem morto
Me querem morto, me querem morte
Essa é a morte do esquecimento
Morte colonial
Com pressa
Com dor
Com sofrimento
Morte sem moldura, sem retrato, sem família
Morte sem poder se transmutar na travessia
Morte sem poder atravessar
Morte pra matar
Morte prevista nas estatísticas
Trecho da música Pose de Malandro/Me querem morto
Mateus Fazeno Rock feat. Big Léo
O Instituto Movimento Humaniza SC disponibiliza um documento muito relevante, produzido pelo Centro de Estudos de Segurança e Cidadania – CESeC -, cujo principal desafio é reduzir as desigualdades do Brasil.
Aponta para dados alarmantes que precisam de um olhar mais atento. Negros, pobres e periféricos seguem na mira da polícia
O Poder Das Narrativas
O documento contém um excelente texto de Ana Flauzina, militante do movimento negro, doutora em Direito pela American University Washington College of Law (EUA) e professora adjunta da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, que trata da disputa de histórias entre os diversos agentes sociais, desde o período da escravidão no país.
Imperdível.
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