Darcy Ribeiro, em seu livro Os índios e a civilização, cita matéria publicada no jornal de Blumenau Der Urwaldsbote, cuja capa é a imagem deste artigo, da década de 40 sobre como tratar os índios:

“Se se quiser poupar os índios por motivos humanitários é preciso que se tomem, primeiro, as providências necessárias para não mais perturbarem o progresso da colonização. Claro que todas as medidas a empregar devem calcar-se sobre este princípio: em primeiro lugar se deve defender os brancos contra a raça vermelha. Qualquer catequese com outro fim não serve. Por que não tentar imediatamente? Se a tentativa não der resultado algum, satisfizeram-se as tendências humanas; então, sem mais prestar ouvido às imprecações enfáticas e ridículas de extravagantes apóstolos humanitários, proceda-se como o caso exige, isto é, exterminem-se os refratários à marcha ascendente da nossa civilização, visto como não representam elemento de trabalho e de progresso.” (RIBEIRO, Darcy. Os índios e a civilização. 7. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1996. p. 150).

Esta triste recordação dos jornais dos colonizadores de Blumenau expõe como um cadáver putrefato as concepções bárbaras que formaram parte da nossa – assim chamada – civilização. É com fundamento nessa história escabrosa que as ideias xenófobas ainda persistem e abrem espaço para dar motivos às violências criminosas e irracionais alimentadas por grupos nazifascistas.

O Movimento Humaniza Santa Catarina existe para ser uma barreira de resistência a essas ideias. Junte-se a nós!